Uma das maiores dores de cabeça de síndicas e síndicos, o gerenciamento de consumo de água e de gás das unidades pode estar com os dias contados. O antídoto vem da inovação que propõe o uso de soluções tecnológicas para gerenciar com maior precisão as informações do consumo. Na prática, isso pode dar fim aos vazamentos indecifráveis, às cobranças indevidas e ao bloquinho de anotações do zelador. 

Recentemente, ao final de setembro deste ano, a concessionária de água que abastece o Estado de São Paulo, a Sabesp, anunciou que passará a usar a tecnologia IoT, a Internet das Coisas, para medir o consumo de água de seus clientes. Depois de testar o sistema no ano passado, a Companhia iniciou a instalação de 100 mil hidrômetros inteligentes nos maiores clientes da Grande São Paulo e, entre eles, muitos condomínios que passarão a ter seu consumo de água medido de maneira remota. De acordo com a concessionária, a iniciativa é pioneira na área de saneamento e vai reduzir perdas de água, combater fraudes e melhorar o relacionamento com os clientes.

Em Santa Catarina, essa inovação implantada pela concessionária ainda é distante, entretanto, algumas empresas do ramo já oferecem serviços de medição inteligente. Pelo menos duas empresas atuam no estado e juntas já atendem vários condomínios da Grande Florianópolis. Por meio de hidrômetros que se comunicam por radiofrequência, os sistemas transmitem informações individualizadas do consumo de cada unidade do condomínio.

“A tecnologia ajuda os condomínios a aprimorarem a sua gestão na medição de água e gás. Os equipamentos fazem a leitura remota e individual dos consumos tanto de água, quanto de gás. Uma modalidade que vem para auxiliar no controle, na melhor distribuição dos custos e principalmente na atenção a possíveis vazamentos”, esclarece a engenheira sanitarista representante da empresa Conta Justa, Chelsea Marchi.

Radiotransmissão

De acordo com ela, os serviços de medição se dividem em duas modalidades: quando o condomínio já dispõe de hidrômetros individuais – onde há o acompanhamento e verificação das cobranças e consumos – e também para aqueles condomínios que ainda não possuem medidores nas unidades. “Nesse caso, é feita a instalação de medidores em todas as unidades junto ao registro da água. A partir daí, temos acesso às informações do consumo individual e trabalhamos junto aos síndicos, às administradoras e aos contadores para repassar esse consumo de modo que seja feita a cobrança individualizada”, explica Chelsea.

Equipamentos radiotransmissores são os responsáveis por tornar os dados acessíveis às leituras. “O medidor velocimétrico é equipado com um rádio que fica acoplado na parte de cima do medidor. Ele é preparado para emitir os dados para as leituras mensais daquele ponto de consumo e toda vez que o leiturista passar em frente ao condomínio, consegue capturar esses dados através do rádio sem precisar entrar no edifício. Essas informações são transmitidas para a nuvem e ficam disponíveis via web. Na plataforma, síndicos e moradores podem acompanhar o consumo por meio de um acesso com login e senha”, conta a representante da empresa.

Custos

Os serviços podem ser utilizados tanto por condomínios residenciais, quanto comerciais. Em média, para a instalação do sistema de gerenciamento os custos giram em torno de R$ 250 por unidade. Já para os casos de individualização, o valor de toda obra e instalação dentro das habitações ou salas comerciais é de aproximadamente R$ 600 por unidade. Além disso, ainda há um custo de manutenção mensal de cerca de R$ 6, por unidade. 

Fonte: CondominioSC