Uma onça-parda foi flagrada por câmeras de segurança ao entrar em um condomínio, na madrugada de quinta-feira (5), em Araçoiaba da Serra (SP).

O condomínio informou, por meio de um comunicado aos moradores, que a onça pode ter vindo de um condomínio vizinho.

A administração do local ressaltou que acionou os órgãos competentes e segue a orientação da Defesa Civil. A Polícia Ambiental informou que não foi acionada.

O animal não foi mais visto nas dependências do condomínio, conforme informou o condomínio neste domingo (9). Entretanto, a busca continua, incluindo, armadilhas preparadas pelos órgãos competentes, que permanecem atuando no caso.

“Reforçamos que nossos objetivos têm sido a segurança dos moradores e a preservação da integridade física do animal”, diz Patrícia Afonso síndica do local.

Esta é a segunda vez que uma onça-parda é vista em áreas centras da região de Sorocaba (SP). No último sábado (1º), uma onça foi vista “caminhando” pelo condomínio Chácaras Flórida, em Itu (SP).

Um motorista que passava pela região registrou o momento em vídeo. Nas imagens, é possível ver o animal assustado e tentando pular um portão.

O biólogo da equipe de veterinários do Centro de Reabilitação Animal Silvestre (Cras) Núcleo da Floresta, Rafael Mana, informou que recebeu um comunicado sobre o aparecimento da onça no local, mas reforçou que é preciso ter cautela com o compartilhamento de vídeos que possam gerar pânico na população e até mesmo uma onda de caças ao animal.

Conforme o biólogo, a aparição de animais em locais como o condomínio é resultado da fuga da espécie de ambientes que estão sendo degradados.

O biólogo da equipe de veterinários do Centro de Reabilitação Animal Silvestre (Cras) Núcleo da Floresta, Rafael Mana, informou que recebeu um comunicado sobre o aparecimento da onça no local, mas reforçou que é preciso ter cautela com o compartilhamento de vídeos que possam gerar pânico na população e até mesmo uma onda de caças ao animal.

Conforme o biólogo, a aparição de animais em locais como o condomínio é resultado da fuga da espécie de ambientes que estão sendo degradados.

“Essas onças não oferecem risco nenhum. Muito pelo contrário, o animal está fugindo de situações de risco, ele está na verdade procurando, nos condomínios, [um local] para se proteger. Essa falta de noção das pessoas de que o animal é perigoso e tudo mais, é muito ruim para a imagem do animal. E a gente aí que trabalha com a parte de conservação, de preservação dessas espécies, acaba presenciando um impacto muito negativo […] o pessoal tenta demonizar um animal que não merece. Ele está fugindo de “, explica.

Visão equivocada

Rafael explica que o monitoramento do Cras é feito com diversos animais da região e que a imagem da população a respeito do animal pode ser equivocada.

“Na cabeça das pessoas, a onça é um animal extremamente perigoso. Mexo com isso todo dia e é muito mais seguro, muito mais tranquilo você mexer com uma onça do que mexer com um cachorro bravo de rua”, inicia.

“As pessoas têm uma ideia completamente deturpada. A onça é um animal silvestre, ela não quer contato com o humano. As pessoas acham que a onça vem para atacar alguém, para atacar cachorro, essas coisas… a onça só vai comer o cachorro se ela não tiver mais nada para comer”, enfatiza.

Gravação deve ser enviada para autoridades

O biólogo também reforça que a gravação de animais como a onça deve ser enviada para as autoridades, e não apenas divulgadas na internet, pois além de oferecer riscos ao animal, pode prejudicar o mapeamento feito pela instituição.

“O pessoal fica filmando, coloca na internet, em rede social, coloca nesses grupos de bairro e isso toma uma proporção absurda […] As pessoas, quando gravarem esses vídeos, quando tiverem esses registros, fotos, qualquer coisa, tem que mandar para a autoridade municipal. A Secretaria do Meio Ambiente manda para a gente, que é a instituição técnica que faz a triagem, a avaliação, e aí faz o monitoramento.”

O Cras Núcleo da Floresta realiza um mapeamento dos animais que aparecem em toda a região e os dados fornecidos pelas autoridades municipais são essenciais para que o trabalho continue. Quando divulgados apenas na internet, a proteção dos felinos é prejudicada, segundo ele.

Fonte: Globo